Pascal
[Artigo para o público em geral] Pascal tinha uma forma inteligente, porém falha, de acreditar nos milagres de Jesus. Ele dizia: como que doze homens diferentes poderiam ter inventado os mesmos milagres? E se a mentira tem perna curta, como eles puderam combinar que iriam, ao longo dos anos, falar as mesmas coisas sobre Jesus?
[Artigo para o público em geral] Houve um tempo da Xuxa. Houve um tempo da Carla Perez. Agora é Pablo Vittar. Há algo no ar que ordena que se possa caricaturizar a sensualidade de Michel Jackson e de Anitta. Se o verbo “caricaturizar” for ofensivo a clubes de fãs (de qualquer lado), use “estilizar” então.
Artigo indicado para o público em geral Pascal e Nietzsche filosofaram por aforismos. Posts no facebook são aforismos. Podem não ser filosóficos, claro, mas são o que se pode fazer com a cultura que temos, com a escola pública que temos ou, melhor dizendo, não temos. Escritores brasileiros foram brilhantes com aforismos. Quem nunca se
Existe o “dentro” e o “fora”? Sabemos que no mundo ocidental essa pergunta não era importante com os gregos, mas que recebeu atenção quando Santo Agostinho inventou a interioridade. Com o filósofo-bispo Deus passou para dentro do homem, por meio de leis incrustadas no coração humano. Séculos depois, Rousseau deu ainda mais importância – como
Um dos mais belos textos que conheço sobre o filósofo Santo Agostinho está em Temperamentos filosóficos, de Peter Sloterdijk. Neste, ele registra que o caminho do Bispo de Hipona se fez no traçado da “inquisição fundamental contra o amor-próprio do homem”. Sloterdijk faz menção a vários autores que teriam dado sequência ao feito de Agostinho,
A existência histórica de Jesus é uma coisa, a divindade de Jesus é outra. Investigamos a primeira na disciplina história com a ajuda da arqueologia, da antropologia e de recursos das ciências naturais. A segunda é matéria da teologia. Não tenho a ver nem com uma e nem com a outra. Sou filósofo. Nós filósofos,
Há algo errado com quem não tem seu Facebook ou, no mínimo, seu Twitter. Afinal, o que se está querendo esconder ao desaparecer das redes sociais? Que tipo de doença tem essa pessoa que ousa querer preservar sua privacidade num mundo em que todos os prêmios estão voltados para a mulher-vitrine e para o homem-vitrine?
Milagre não é mágica. Mágica não é milagre. O papa Francisco I falou novamente disso, comentando que Deus não é um mágico com uma varinha que vai atendendo desejos. A ideia de milagre cabe na filosofia, a ideia de mágica cabe no palco. São coisas diferentes. Bem diferentes. Milagre é um evento que não cai
O jovem colunista português da Folha, João Pereira Coutinho, citou uma série de casos de deprimidos. Alguns eu nem sabia que eram deprimidos. É claro que isso manchou a própria tese do artigo (Folha, 13/09/2016), que é a de que os deprimidos possuem vergonha de serem deprimidos e escondem esse fato. As pessoas nunca tiveram
A Internet é o lugar da impunidade. Na Internet, as pessoas sacam suas armas e atiram. Por qualquer coisa. Criar mentira na Internet é uma prática da qual ninguém escapa. Acusar sem razão ou prova, então, nem se fale! A impunidade, essa é a razão pela qual se faz isso assim tão fácil? Os conservadores
Escrevi que os americanos jovens estão gastando mais tempo em jogos eletrônicos do que fazendo qualquer outra coisa (ver aqui). Muitos reclamaram porque eu disse que estamos, com essa prática juvenil e agora adulta, endossando um aumento da burrice e da falta de afeto. A parte boa da reclamação é aquela que pode ser colocada
“Os homens gastam seu tempo perseguindo uma bola ou uma lebre, é o esporte próprio dos reis.” Pascal é o autor dessa célebre frase, que está em seus Pensamentos. Por essa via, talvez seja mais fácil reconhecer nele o espírito dos tempos contemporâneos, os nossos tempos, deixando assim Bacon e Descartes, preocupados com domínio da
O estado em que Kant deixou a filosofia incomodou sobremaneira Hegel. Kant havia dito que para a existência da pessoa, ou seja, do sujeito moral, era necessário que o indivíduo humano viesse a se comportar contra a sua inclinação e a favor do seu dever. Como assim? Bem, todo cuidado aqui é pouco!
Dizem os que estão em terapia psicanalítica que não é fácil conviver consigo mesmo. Sim, é certo isso! O inferno somos nós – não é raro que tenhamos tal pressentimento. Mas as pessoas que dizem isso, talvez a maior parte, não sabem nem metade da verdade. O inferno pessoal é apenas o purgatório. A fase
O louco anuncia a morte de Deus Leitura do aforismo 125 de A Gaia Ciência.*
PEC da felicidade no programa da TV Câmara – 05/01/2015
Como compreender o ciberativismo hoje? São sujeitos em uma era de “fim do sujeito”? Como pode isso?
Traçado preparatório * para teoria da subjetividade em Sloterdijk
“O eu é odioso”. Essa frase de Blaise Pascal (1623-1662) faz parte da tosca e penetrante ideologia da humildade? É mais um daqueles elementos popularescos de certo tipo de cristianismo, cujo serviço é o de tirar das pessoas o orgulho próprio e submetê-las ao orgulho de outros?
O mistério da Bíblia não é outro senão a sua capacidade de ser um livro múltiplo. É um livro de história, sociologia e antropologia. Ao mesmo tempo, tem lances filosóficos, em parte por conta de uma ontologia e, por outra parte, por ser um texto normativo, um lance ético-moral. Além disso, é também um livro
Schopenhauer e Pascal identificaram o “eu” como um vazio. Um buraco. Um poço sem fundo.
O grego Sócrates identificou o eu com a alma, o cristão Pascal mostrou o eu como o nada (1). Estranho, não? Isento de qualquer contaminação judaica, Sócrates traçou uma distinção entre corpo e alma, colocando o “si mesmo” como sendo a razão ou a inteligência, o que para ele nada mais era que a alma.
A Bíblia possui textos que são antiquíssimos, do século XIV e XV a.C. Mas, como na cultura grega, talvez uns quatro séculos mais nova, a versão que foi sendo conhecida e que realmente educou o povo só se organizou bem mais tarde. Na cultura grega, o rapsodo Homero pode ter sido quem organizou o que