
Como vai se sair Janine no MEC?
28/03/2015, 6 Comments
Avaliação em vídeo das tarefas que o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, tem pela frente.
Avaliação em vídeo das tarefas que o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, tem pela frente.
Bela análise Paulo.
Particularmente, não consigo dissociar esse momento daquele em que Francisco Welfort assumiui a Cultura. Se não der certo ou se não der tão certo, certamente não será por falta de qualidade do ocupante da pasta.
Há luz no fim do túnel.
Prezado amigo Paulo, achei extremamente pertinente suas análises e agora só nos resta esperar para ver o que irá acontecer, e desejar ao Roberto boa sorte.
Excelente e instigante análise do nosso polêmico colega Paulo Ghiraldelli, com diagnóstico e prognóstico acertados, a meu ver, sobre o cerne dos desafios que o nosso colega Professor Renato Janine Ribeiro deve enfrentar no Ministério da Educação, especialmente com relação ao programa estruturado pela Presidente Dilma. Segundo Paulo, trata-se de um embate em três frentes programáticas:
1.Segundo a política educaional até agora adotada pela Presidente Dilma, o MEC devia enfocar no PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), ou seja, a prioridade para a educação em nossa jovem democracia seria o ensino técnico.
2.Uma reforma na educação deveria iniciar pelo enxugamento do ensino médio, o que poderia implicar inclusive na eliminação do ensino obrigatório de filosofia e sociologia nas escolas (públicas e privadas) de ensino médio.
3.Finalmente, o Ministério da Educação cuidaria apenas do ensino superior, especialmente do ensino público federal, já que Estados e municípios cuidam do ensino médio e fundamental, respectivamente.
Se ficar apenas preso a esses três eixos, o novo Ministro teria grandes problemas com as disputas entre ministérios pelas fatias do orçamento, mesmo que apenas visando a administração do ensino superior. Mas o Professor Renato Janine poderia tentar puxar pela extensão, a partir do MEC, para uma maior integração do ensino superior com o ensino médio e fundamental –a meu ver, por exemplo, como tem sido discutido na Capes, inclusive no Portal da Anpof, sobre os programas de Mestrado Profissional. Concordo totalmente com o Paulo Ghiraldelli quanto ao problema fundamental e prioritário do salário do professor no ensino básico. A meu ver, este é de fato o grande punctum dolens de qualquer reforma política nesse País: ou reformatamos os salários de carreiras públicas de magistrados, senadores, deputados, vereadores etc segundo modelos vigentes, por ex, nas universidades públicas (com progressão salarial e bonificações por mérito) de maneira proporcional aos salários de noss@s professores e professoras de ensino fundamental e médio (também segundo critérios objetivos de mérito acadêmico, como qualificação, desempenho etc) ou esse país continuará uma República de bachareis e iletrados, onde os capitães do mato e os herdeiros de capitanias mantêm seus currais eleitorais como verdadeiros rebanhos em cativeiro. Não há, decerto, desenvolvimento sustentável nem igualitarismo democrático num País onde deputados, senadores e magistrados ganham salários vinte ou até quarenta vezes maiores do que a maior parte das professoras e professores do ensino fundamental e médio –isso me envergonha e deve envergonhar qualquer um de nós que ainda acredita em mudanças neste País. Como Paulo Ghiraldelli observa, nos estados pobres não tem sido cumprido o piso salarial por falta de verbas e nos estados com mais recursos, tampouco, por falta de prioridade ou falta de pudor cívico. O Brasil é ainda um dos países com piores salários de professores no ensino básico do planeta –levando em conta o seu PIB e os salários de carreiras públicas. Somente assim, com uma verdadeira reforma no sistema educacional, podemos apostar na qualificação de nossos professores e poderíamos responder à pergunta que não quer calar: quando é que Doutores em Matemática, Física e História vão escolher carreiras públicas no ensino médio e fundamental em nosso País, como acontece na Europa, EUA, Austrália, Japão, Coreia do Sul e países desenvolvidos?
Obrigado por ler minhas coisas Nythamar.
My pleasure –é isso que nos faz pensar! Eu ainda acrescentaria, reforçando a sua análise dos 3 eixos programáticos que desafiam o trabalho do Prof. Janine no MEC : Para além de programas geridos mais estratégica e tecnicamente do que conteudisticamente (como o Prouni, o SiSU e o Enem) e da Adminsitração Indireta (por ex, da Capes, Universidades Federais, Institutos e Centros Federais), o novo Ministro tem de lidar com a Adminsitração Direta, coordenando as Secretarias e Subsecretarias com o Conselho Nacional de Educação –e aí podem entrar prioridades ou metas definidas de maneira mais ou menos ideológica ou de acordo com o conteúdo que se queira dar ao verdadeiro papel de uma reforma em nosso sistema educacional.
Nythamar pois é! Pois é! Obrigado por ler minhas coisas!